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2 de março de 2011

Mercearia XII - O brilho da pérola

Ao fim de algumas visitas, começo a não conseguir resistir à formulação de teorias. E é por isso que estou hoje em condições de afirmar que há uma trilogia que serve como indicador fiável (e cumulativo) do interesse histórico/fotográfico das mercearias, a saber:
1º O nome do estabelecimento ter "Pérola"
2º A "Pérola" estar conjugada com o nome de um santo.
3º O nome do santo corresponder ao nome da Freguesia.

Esta teoria ganha o contorno de Decreto-Lei depois da minha visita à "Pérola de São Mamede". Para além da simpatia dos donos tive o prazer  de assistir a uma verdadeira aula de história. Este espaço, com mais 100 anos, assistiu às grandes movimentações e obras de Lisboa. Ganhou eléctrico, perdeu eléctrico, mas nunca perdeu o seu ar original, disponível e muito bem preservado. Mais do que um fragmento envelhecido que foge do tempo, é um pedaço de história que se tem sabido conservar.

Nesta pérola, aprendi ainda a razão da existência das prateleiras de mármore nas mercearias (imposição de um Presidente da Câmara nos anos 50). E é por isso que agora, em qualquer mercearia que visite, será impossível não recordar esta pérola.

Rua Nova de São Mamede 19A